quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Ação voluntária na Casa N.S. da Consolação.


A Maratona Voluntários Bradesco é uma campanha incentivada pelo banco para que seus funcionários ajam na comunidade, praticando o que pode ser de maior valor para o homem: lembrar do seu próximo. Entusiasmado com a ideia, juntei-me com colegas do trabalho e juntos, no dia 19 de Outubro, colocamos em prática a Ação Gincana do Mundo Limpo, na ONG Casa Nossa Senhora da Consolação. É uma casa que cuida de 20 crianças, de 03 a 06 anos, de cujas famílias habitam regiões marginalizadas e desprovidas de infraestrutura social e familiar.

A intenção principal da Ação foi compartilhar com as crianças ideias que podemos colocar em prática no dia-a-dia para conservar nosso meio ambiente, cuidar melhor do nosso planeta. Surpreendeu-me como as crianças já se demonstram bastante conscientes quanto ao impacto de suas atitudes para com nossa casa planeta Terra. Fez-me reforçar a crença de um futuro melhor!


Comemorando o mês das crianças, foi possível presenteá-las com balas, chocolates e brinquedos, graças à colaboração caridosa dos demais funcionários com os quais convivo na agência.


O mais vivo da ação foi o sentimento de gratidão ao receber um "muito obrigado, tio" das crianças, ao final do trabalho. Já ficou combinado a próxima visita, junto do Papai Noel.


quinta-feira, 23 de junho de 2011

em Simplismente Monólogos



Há poucos meses conheci, em Recife, o Espaço Muda. Apaixonei-me pelo lugar. Aquele ambiente pequeno mas aconchegante, com um bistrô servindo pratos deliciosos, o pessoal estiloso da cena alternativa circulando por ali, um espaço com exposições de artistas plásticos já conceituados ou emergentes na área. Ah! O brechó pra incrementarmos o guarda-roupa super-style. E claro, o chamariz pricipal: o galpão onde aconteciam os espetáculos. Teatros, bandas, leituras dramatizadas. Muita coisa interessante podia-se assistir ali, sentado em deliciosas poltronas, sofás, sobre almofadas ou pufes, ou no chão. O ambiente era aconchegante, apaixonante. Mal sabia eu que ali faria boas amizades no meio cultural da cidade. Conheci Jorge Féo. Em seguida lá já estava eu toda semana, em um curso com o jovem mestre, incrementando meu repertório de ator e aprendendo com sua arte de atuar na simplicidade.


Lá tinham pessoas que se interessavam profissionalmente pelo teatro, e também iniciantes nessa arte mágica. Ficamos todos amigos e o resultado de nosso primeiro trabalho juntos, bem delineado e afinado pelo diretor Jorge Féo, foi apresentado na última quinta-feira, 16. O exercício chamou-se "Simplismente Monólogos" e trouxe textos do escritor mineiro Anderson Aníbal, em seu livro "Alguns Leões Falam".




















Aqui deixo minhas doces lembranças desse dia em que celebramos mais que um exercício de palco, mas um brinde ás grandes amizades que fazemos no caminho da vida. Obrigado Milena, Maiana, Gian, Dani, Brenda, Jay e Jorge pela parceria e carinho no trabalho. E claro, obrigado Aníbal pelos belos textos que escrevestes e que nos servira de mote para essa reunião tão gratificante.




Com o texto "O Sonho de André", pude conhecer e emprestar-me para esse personagem tão carinhoso que é o sonhador André. Ele tem um cachorro chamado Marcelo, que sempre quis ser um leão. Um dia André sonha que Marcelo era, de verdade, um leão.



André tem outros dois grandes amigos: Clara e Rocha. Eles cresceram juntos e desde crianças brincavam muito, na praia. Um dia inventaram até uma máquina que fazia as pessoas pararem de sentir dor. Hoje André vive longe dos amigos, mas faz uma viagem para ir reencontrá-los. Clara e Rocha vão se casar. E André, sempre sonhador, preocupa-se com o futuro... o que será do amanhã?...


Pareço um bocado com André... Também sinto enorme saudade de um casal de amigos. E do cachorro do meus amigos, Cipó...


Abaixo, um pouco mais do André.




* Agradecimento especial a Brenda Lígia e Marcelo Pinheiro pelas fotos.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Sobre Párias – somos vários dessa espécie



Na antiga sociedade indiana os indivíduos considerados de castas inferiores eram chamados párias, ou dalits. Eram seres desmerecidos do crédito social, desafortunados da mínima dignidade e reconhecimento. Poderíamos fazer diversos contrapontos com nossa sociedade atual e reconhecer muitos párias que convivem em nosso cotidiano. Ou pior - e por que não melhor – reconhecermos nós mesmos como um, talvez...


Na nova peça da Cia Anjos de Teatro o ator Arion Medeiros nos traz o personagem Nioukhine, de “Sobre os Males do Fumo” de Tchecov e Jorge Féo e Thiago França trazem à cena os enigmáticos personagens de Strindberg em “O Pária”.


A montagem dos três atores e dois autores traz unidade no contexto. O desdobramento dos artistas em atuar e dirigir uns aos outros deve ter seus esforços reconhecidos: concluíram um trabalho uniforme. Foi coerente a proposta de unir dois grandes textos e autores num espetáculo de nome Párias, denunciando ou relembrando a nós, espectadores, que sim, somos vários dessa espécie.

Sobre o trabalho dos atores


Conhecer um ator antes de vê-lo atuar faz-nos criar expectativas com relação a seu trabalho. Conheci Arion Medeiros em minhas andanças pelo Espaço Muda; cruzava com ele ora saindo das aulas do Féo, ora pelo bistrô ou hall de entrada e se trocamos meia dúzia de palavras foram muitas, quase sempre oi`s e tchau`s quase mudos, ou só ditos por gestos. E vendo ele um homem calado, semblante austero, talvez eu esperasse daquele corpo, embora franzino, uma voz grave, forte. Quando o vi entrando em cena no monólogo de Tchecov, confesso que fiquei surpreso ao ouvir sua voz, no palco, pela primeira vez. Era um timbre fino, agudo. Então pensei que ele falava em falsete ou criara aquela voz e, por um breve momento, julguei mal tal escolha de voz para o personagem, mas deixei-me levar pela magia que Arion conquistava em cena e logo reconheci: como aquela fragilidade sonora compunha perfeitamente o homem inseguro ali tão bem representado! Minhas suposições sobre o trabalho de ator de Arion Medeiros foram confirmadas: em grande ator em cena.


No segundo quadro do espetáculo Jorge Féo e Thiago França encantam pela perfeita sintonia no palco. Jorge traz um personagem tímido no início da cena, como pede o proposto. Á medida que vai crescendo o diálogo de seu papel, é sutil e preciso ao delatar, com o tempo, que aquele homem tem um vulcão dentro de si que a qualquer momento pode entrar em erupção. Thiago França entra em cena marcando forte presença, ciente das atitudes e convicto de suas palavras – seu personagem necessita desse vigor e um ator inseguro não o faria tão bem. Thiago exibe boa técnica de memorização, mas embora o texto componha um personagem que tenha inteligência hábil e diálogo vivo, a cadência de tempo que o ator usa para jogar o texto em certos momentos antecipa o tempo real da personagem, comprometendo a verdade cênica desses breves momentos.

Sobre cenário e figurino e trilha sonora


O cenário foi composto com esmero: tinha os objetos cênicos corretos sem cair em ambientações demasiadamente carregadas. A busca pelo simples porém eficiente - que permeia o teatro de Jorge Féo – estava presente ali. O cenário denunciava seriedade com uma grande mesa à espera do gabaritado palestrante (Arion na primeira cena) e forte o bastante para suportar o inflado ego do jovem pesquisador de inteligência hábil representado por Thiago França na segunda cena. Na estante, os livros de capa dura vermelha, levemente empoeirados, ajudavam a denunciar um clima que quase nos levava ao passado. E embora os textos ainda revelassem um linguajar longe dos nossos diálogos contemporâneos, havia no figurino o toque de mágica que nos lembrava a validade atual dos discursos representados: todos atores usavam tênis all-star branco. Brilhante sacada de Féo!


A trilha sonora preparada especificamente para a peça tem seu mérito no trabalho. Desde o som ambiente na entrada do público até as interferências sonoras durante o espetáculos, todas as músicas foram bem escolhidas e o tango de Piazolla caiu muitíssimo bem. Congratulações a Zé Manoel.


O espetáculo fica em cartaz todas as sextas, ás 20h, no Espaço Muda, até final de Julho. Vale a pena conferir!

terça-feira, 24 de maio de 2011



Eu aqui e essa vontade de beber o mundo
Ser os muitos que em mim habitam num corpo só

Quisera eu ter vinte pernas cinquenta braços
oitenta olhos e mais bocas e ouvidos
Ser no mar o poente do sol
Estar no céu, na luz do luar

Pisar terras
Norte
Sul
Estar concomitantemente
do Leste ao extremo-Oeste

...


Mas... e se eu, estando em todos
os lugares ao mesmo tempo,
não me encontrar onde eu
estiver?

terça-feira, 10 de maio de 2011

Poetry - Poesia, um filme coreano


Poetry, ou Poesia na tradução para o Brasil, é um filme coreano vencedor como melhor argumento do Cannes 2010. Do diretor Lee Chang-dong, traz Yoon Jeong-hee no papel principal, o maior motivo para se surpreender com a película.

A história é de uma senhora, Mija, lá pelos seus sessenta e poucos anos, que se apaixona por poesia e começa a estudar para escrevê-las também. Descobre-se com Alzheimer e cuida de um neto adolescente, que com amigos da turma do colégio, é acusado de abuso de uma colega até o repentino suicídio da garota. O filme tem esse drama como fio condutor e encanta com a maneira de ver a vida que Mija demonstra: dosa uma certa praticidade em contraparte a um olhar róseo-poético.

A atuação de Yoon Jeong-hee como Mija é o que mais impressiona. Um olhar que, em certas cenas, bastam para muito dizer. São olhos que não apenas vêem, mas enxergam a essência das coisas, com expressões cheias de nuanças que denunciam novos sentidos à vida, às palavras.

Para quem não conhecia o cinema coreano, saí bem impressionado, inclusive com a fotografia do filme, contemplando o contraste de uma natureza com paisagens simples - porém belas - e a urbanidade construída pelo homem. Estradas, prédios e viadutos aparecem lado a lado com serras verdes, rios e árvores. Uma harmonia poética de imagens.

E assim também conheci um novo cinema, o espaço da Fundação Joaquim Nabuco, uma sala aconchegante. Com um café gostoso, em lugar e bebida. Frequentarei mais vezes.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Sobre Dois Meninos

Crianças que brincam assuntos de velhos
Garotos que se encontram em paixão e o que for
Homens que buscam além do horizonte
Viver o velho, o novo; intenso, puro vigor

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Caruaru < Caruru < Kalu'lu. Em busca do misterioso a.

Estou em Caruaru, interior do Pernambuco. Por aqui devo ficar até meados de Fevereiro.
Minha curiosidade logo se aguçou e lá fui eu investigar um pouco da história da cidade.
É antiga. Dos tempos em que os portugueses, intrusos, arrancavam pau-brasil desabestadamente e faziam virar quase deserto enormes campos território adentro.

A cidade fica a pouco mais de cem kilômetros do litoral, mas esse nome, Caruaru, só veio a ser registrado dessa maneira em 1848. Antes disso era Caruru. Ou seja, sem o a. E acredita, leitor, que ninguém sabe o porque do a? De repente os documentos começaram a denominar a cidade Caruaru. E assim ficou e continua; com o a: Caruaru.

Daí minha pergunta: a cidade começou a ser chamada Caruaru porque registraram-na assim a partir de um certo documento ou começou a ser escrita com o a no meio porque alguém começou a chamá-la assim?

Minhas pesquisas aprofundaram-se e descobri que a resposta podia estar nos negros trazidos da África e aqui escravizados. Para diminuir o descontentamento desses negros agora escravizados e retirados a força de suas terras e costumes, os portugueses autorizaram trazerem aspectos de suas culturas locais. Uma das lembranças que carregaram da velha África foi um erva silvestre comestível chamada Kalu`lu. Aí está o que alguns historiados acreditam ser a origem da palavra que denomina a cidade capital do Forró, a Princesa do Agreste. E se for isso mesmo, dá pra imaginar a enrolação da língua - entre afros e europeus - até kalu`lu virar caruru. Mas disso pra Caruaru, o mistério continua.: quem enfiou o a no meio?

Ainda continuei encabulado com o problema. Até conversei com algumas pessoas da cidade sobre o mistério do a. Um cara me disse: é por causa da flor chamada Caroá. Daí misturaram e deu em Caruaru.

Quem vai saber a real? Acho melhor curtir, com a ou sem a, a cidade que muito provavelmente oferece muitos outros mistérios...

Disseram-me que aqui existe uma rua que denominam "Rua da Má Fama" (!)... vou lá verificar...

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Do Nordeste: Retorno às postagens.

É chegado 2011. Cá retorno ao blog, após um longo tempo ausente (quase cinco meses - tempo considerável quando se trata de atualização num blog).

Desde meados de Dezembro passado que venho conhecendo uma nova região brasieira: Nordeste. Mais precisamente: Recife, Olinda, Porto de Galinhas, e migrando para o interior, tenho mantido base, durante a semana, em Caruaru, a princesa do agrete, a capital do forró.

Desembarquei nessas bandas e por aqui devo ficar até fins de Fevereiro. Tenho oportunidade de praticar um esporte que amo muito: conhecer novas culturas, pessoas, ideias, pisar novos lugares, sentir novos cheiros, comer outras comidas, novos gostos...

Prometo-me ter assiduidade com o blog, mantendo-o atualizado disciplinadamente. Nessa terra de novidades, terei sempre muito material sobre o qual escrever. É uma atividade que proponho-me para (re)descobrir o prazer da escrita e exercitar sua técnica.

Que pra semana tenhamos mais...